A educação brasileira nunca me fez hesitar em falar ou
refletir como é sua aplicação, muito menos sua grande importância. Tanto é que
minha opinião já visitou lados diferentes.
Nesses últimos dias, me deparei novamente com o tema ao ler
sobre o projeto de lei do Senado, do senador Magno Malta, que pretende
instituir o "Programa Escola Sem Partido" que gerou divergências
principalmente por tratar de ideologias e opiniões tão opostas.
Escola Sem Partido propõe que sejam fixados em salas de aula
cartazes com os deveres do professor. Impedindo qualquer afronta às convicções
religiosas ou à moral dos pais e apresentação e conteúdo ideológico para os
estudantes. Mas, primeiro vamos partir do ponto em que os deveres do professor
já existem e decorrem da nossa Constituição Federal e também da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, em que, basicamente se trata da liberdade de
consciência e crença, da liberdade de aprender dos alunos, do princípio
constitucional da neutralidade política, religiosa e ideológica do Estado e por
fim o pluralismo de ideias, citado no art. 206, III da CF.
Então por que não aumentar a pluralidade ao invés de
restringi-la? Por que acreditar que cercear a liberdade de pensamento é
uma boa alternativa?
Dessa vez o tema acompanha uma opinião clara, como não?
Educação esteve por muitos anos e ainda está presente
na minha vida com grande influência. Dentro da escola, que foi um dos
poucos ambientes na sociedade em que obtive a condição de conhecer várias
visões de mundo.
É como se a importância e preocupação em definir o que de
fato é uma doutrinação estivesse sendo trocada pelo desejo de apenas proibi-la.
Como restaria a possibilidade de um conhecimento que permita à pessoa encontrar seus próprios valores se for colocado, no limite, no plano dos valores de não contestar a família e até mesmo a igreja?
Será que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche estaria certo
ou errado ao falar que "convém ser rico em oposições, pois só a esse preço
se é fecundo."?
Bom, é por isso que matutamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário