Muito
me agrada compreender e colocar em prática a empatia. Longe de ser aquele papo
clichê que anseia, sem esforço algum, se tornar alguém melhor ou apenas
introduzir a expressão de forma corriqueira em meu vocabulário. Vai além.
Costumo
dizer que a empatia nos confunde muitas vezes em acharmos que praticá-la é
apenas “simpatizar” por lutas diferentes das nossas ou “ter pena” de certo
alguém e então o ajudar. Acredite, o caminho é outro.... Se colocar no lugar do
outro por meio da imaginação, compreendendo suas perspectivas/sentimentos e
usando essa compreensão para guiar as próprias ações tem o poder de promover
profundas mudanças sociais quanto de transformar nossas vidas. É o nascimento
de uma revolução nas relações humanas.
Então,
sem grandes esforços, penso na poderosa ligação em que o uso da empatia se faz
necessária para enfrentarmos as crises e ultrapassar todos esses problemas de
política, pobreza, intolerância religiosa e até mesmo essas divisões sociais
que o abuso dos direitos humanos nos traz.
Também
penso em como a ideia (e de certa forma, quase que uma teoria aplicada por
alguns autores) de que as emoções ficam de fora de uma decisão judicial, por
exemplo. Como é definido um bom juiz, então? Um magistrado com a finalidade de
obter a melhor solução, a qual deve satisfazer não apenas as partes envolvidas,
mas também à própria sociedade. Mas será que apenas com o conhecimento técnico,
vivência, capacidade de observação e sua experiência ele alcançaria? Eu não
tenho dúvidas de que uma profunda postura empática, face aos problemas que lhes
são apresentados, tem total importância e rumo para as suas decisões.
E,
se a finalidade de uma ação judicial é de atender a uma necessidade e resolver
uma situação de disputa, a empatia se encaixa perfeitamente para aliviar o
mal-estar ou evitar mais conflitos, certo? Os advogados que os digam.
Como
estudante de Direito, não fugi do rumo que o texto tomou e segui nos exemplos
básicos dentro da área jurídica concluindo como a sua aplicação se desenvolve
de forma discreta e como pode ser ainda mais explorada.
Mas, esse texto ultrapassa a intenção de citar algumas conclusões
ou exemplos da empatia no meu querido Direito. Minhas palavras aqui ultrapassam
esta área e tentam demonstrar como é simples e bonita a possibilidade de
melhorar a nossa vida, pessoal ou profissional, através de um sentimento que já
nasce com a gente. Ter equilíbrio, ser um ser humano altruísta e proativo não é
fácil, requer paciência, que requer a arte de colocar em prática toda a
sabedoria adocicada pela sutileza da espera.
Aos
18 anos conheci o livro “Uma ética para o novo milênio” do Dalai Lama em que
também tratava sobre a empatia e dava um toque especial ao apresentá-la como um
bom remédio para a ansiedade a qual se faz presente tão intensamente em nós.
“As coisas e acontecimentos só ocorrem como resultado de
inumeráveis causas e condições. Nossa tendência é nos concentrarmos
exclusivamente em um ou dois aspectos do que está acontecendo. Ao agir assim,
inevitavelmente nos limitamos a procurar meios para superar apenas aqueles
aspectos. O problema é que, quando não os encontramos, corremos o risco de cair
em total desânimo e desorientação. O primeiro passo para superar a ansiedade é,
então, desenvolver uma perspectiva adequada da situação.
Podemos fazer isso de diversas maneiras diferentes. Uma das mais
eficazes é procurar desviar o foco da atenção de nós para os outros (...).
Bem, de forma saudável esse trecho me inspira e senti a
necessidade de compartilhar. Quando desejo e peço mudanças eu também as
ofereço, da minha forma, mas ofereço, e a minha escolha é a empatia. Pratico de
forma saudável e motivadora.
Não perde tempo e também escolhe a tua, quem sabe um grande
segredo coletivo não está aí...
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