quarta-feira, 4 de maio de 2016

Nada é passageiro

Quando evito falar sobre a politica brasileira, no seu atual momento, é porque me ronda uma espécie de medo em falar uma tremenda besteira ou falar algo que já é tão manipulado por nós no dia a dia. Mas pior do que falar assunto batido é fingir que certas coisas não existem. 

Nosso país nas décadas passadas viu-se de frente a uma das maiores crises de problemas de forma estrutural decorrentes de mudanças na economia política. E quando escutamos que os problemas estruturais brasileiros já não existem tanto ou simplesmente são esquecidos e passados para trás por outros assuntos me doem os ouvidos. E isso chega a mim de diversas fontes.

Sendo mais ousada ainda, arrisco dizer que um grande exemplo é a baixa produtividade brasileira que por décadas só pode ser explicada por fatores estruturais como o baixo investimento da tecnologia, baixa qualidade de educação e a formação inadequada da força de trabalho. Exemplos esses que são apenas os pilares, creio eu.

A educação brasileira recebe um baixíssimo investimento por aluno, a destribuição de terras no país detém uma desigualdade desumana, os gastos nos outros setores públicos requerem melhorias no custo benefício, o nosso sistema tributário é um dos mais complexos e caros do mundo e ainda podemos fechar com um problema sério de exploração sexual que resulta de uma imagem lançada mundo a fora.

Negar os problemas estruturais da economia, política e sociedade em geral quando eles são tão evidentes nos tira a credibilidade que, na teoria, depositamos no nosso governo. Governo esse que demanda mais esforço para corrigir tais problemas.

Aí pulamos para o drama de tais mudanças serem aprovados pelo Congresso, o que geraria mais apoio dos parlamentares e então finalizamos a conversa falando das duas casas Legislativas envolvidas em suas próprias crises e seus respectivos presidentes citados em casos de desvio. Problemas de conjuntura? Quem dera! 

Ainda mais se a nossa crise fosse assim, como ela é apresentada ao resto do mundo (e para nós também). Isso significaria que seria momentânea e passageira. 

É, Brasil, nada tem sido muito momentâneo nem passageiro, e a minha esperança sobre e melhoria de tudo isso é uma delas. 


Bárbara Polyne

Um comentário :

  1. Parabéns pelo texto. Simples, mas retrata bem a "tripa" dos problemas enfrentados. A preço de hoje, a política praticada no Brasil é bem isso mesmo. Mas a juventude tem que persistir. Somente na política se iguala as matérias, para que possam ser discutidas.

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