quarta-feira, 9 de março de 2016

Do Lado de Cá, da Plebe


A pessoa chega e me diz: olha, você pode escrever sobre o que quiser! Vá lá: “justiça social, preconceito racial, cotas, cultura... até temas batidos como lava-jato e pt/psdb... sei lá”. Nesses termos! Como proceder? Apesar de hesitar bastante, não resisti a um convite de tamanha envergadura.
Eu sou um animal político. Não consigo viver alheia ao tema. Mas daí a dar a cara a tapa expondo minhas caraminholagens são outros quinhentos. Resisti o quanto pude! Gosto de observar, mas sou tendenciosa. Não confiem nas minhas conclusões. 

Meu repertório é enviesado, meu vocabulário é limitado, minha estilística é pobre. Que atire a primeira pedra quem nunca entrou numa discussão sem dominar o assunto.
Daí que eu andei pensando sobre essa incerteza que paira sobre o futuro nacional. Momento de impasse, momento indefinido. Não sei o que esperar e não sei por quem torcer. Talvez consiga listar o que não quero: retrocesso, intolerância, indiferença.
Contudo, infelizmente, vislumbro no horizonte algo sombrio. Não me refiro à prolatada crise econômica. Essa superaremos, mais dia, menos dia. O que me assusta é um certo orgulho em ser retrógado, preconceituoso, agressivo. Isso fatalmente escorrerá para a política, se é que não já aconteceu, visto que temos o Congresso mais conservador desde 1964. A meu ver, conquistas sociais importantes podem estar ameaçadas. “O levantamento da Diap mostra que o número de deputados ligados a causas sociais caiu drasticamente[1].”
É difícil lutar por um país mais justo, mas não podemos deixar de sonhar. E tome clichê! Sim, tenho minhas pautas. Vou deixar meu fascínio pelos direitos humanos em stand by por hora!
O fato é que os grupos de sempre transitam pelo poder, variando apenas em número – para mais ou para menos – a depender da época. Ou não! Quem se atreve a desafiar esse esquema deve se preparar para as pedradas.
Por Deus que pessoas lúcidas nos ajudam a entender que, do lado de cá, da plebe, “a despeito de toda aparente diferença, o que se quer é rigorosamente o mesmo” (Lia Sanders).

Adriana Abreu



A pessoa chega e me diz: olha, você pode escrever sobre o que quiser! Vá lá: “justiça social, preconceito racial, cotas, cultura... até temas batidos como lava-jato e pt/psdb... sei lá”. Nesses termos! Como proceder? Apesar de hesitar bastante, não resisti a um convite de tamanha envergadura.
Eu sou um animal político. Não consigo viver alheia ao tema. Mas daí a dar a cara a tapa expondo minhas caraminholagens são outros quinhentos. Resisti o quanto pude! Gosto de observar, mas sou tendenciosa. Não confiem nas minhas conclusões. 
Meu repertório é enviesado, meu vocabulário é limitado, minha estilística é pobre. Que atire a primeira pedra quem nunca entrou numa discussão sem dominar o assunto.
Daí que eu andei pensando sobre essa incerteza que paira sobre o futuro nacional. Momento de impasse, momento indefinido. Não sei o que esperar e não sei por quem torcer. Talvez consiga listar o que não quero: retrocesso, intolerância, indiferença.
Contudo, infelizmente, vislumbro no horizonte algo sombrio. Não me refiro à prolatada crise econômica. Essa superaremos, mais dia, menos dia. O que me assusta é um certo orgulho em ser retrógado, preconceituoso, agressivo. Isso fatalmente escorrerá para a política, se é que não já aconteceu, visto que temos o Congresso mais conservador desde 1964. A meu ver, conquistas sociais importantes podem estar ameaçadas. “O levantamento da Diap mostra que o número de deputados ligados a causas sociais caiu drasticamente[1].”
É difícil lutar por um país mais justo, mas não podemos deixar de sonhar. E tome clichê! Sim, tenho minhas pautas. Vou deixar meu fascínio pelos direitos humanos em stand by por hora!
O fato é que os grupos de sempre transitam pelo poder, variando apenas em número – para mais ou para menos – a depender da época. Ou não! Quem se atreve a desafiar esse esquema deve se preparar para as pedradas.
Por Deus que pessoas lúcidas nos ajudam a entender que, do lado de cá, da plebe, “a despeito de toda aparente diferença, o que se quer é rigorosamente o mesmo” (Lia Sanders).

Adriana Abreu

9 comentários :

  1. Isso aí girl!
    Não para, não para não!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Valeu! Estamos por aqui fazendo o possível pra não passar vergonha!
      Vamo que vamo!

      Excluir
  2. Gostaria de entender o critério para chamar esse Congresso de "o mais conservador desde 1964". Tenho escutado muito isso. A maioria do Congresso é governista. O governo é conservador?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os dois links anexados ao texto podem te ajudar a formar uma ideia!

      Excluir
  3. Gostei do alerta sobre a truculência no campo da política. Realmente essa crise que está no subsolo das outras crises pode tirar o chão da própria democracia. Democracia pressupõe também ouvir o outro, habilidade que estamos perdendo rapidamente. Murilo

    ResponderExcluir
  4. Adorei, Drica! Você como sempre muito coerente!

    ResponderExcluir