A pessoa chega e me diz: olha, você
pode escrever sobre o que quiser! Vá lá: “justiça social, preconceito racial,
cotas, cultura... até temas batidos como lava-jato e pt/psdb... sei lá”. Nesses
termos! Como proceder? Apesar de hesitar bastante, não resisti a um convite de
tamanha envergadura.
Eu sou um animal político. Não consigo
viver alheia ao tema. Mas daí a dar a cara a tapa expondo minhas
caraminholagens são outros quinhentos. Resisti o quanto pude! Gosto de
observar, mas sou tendenciosa. Não confiem nas minhas conclusões.
Meu
repertório é enviesado, meu vocabulário é limitado, minha estilística é pobre.
Que atire a primeira pedra quem nunca entrou numa discussão sem dominar o
assunto.
Daí que eu andei pensando sobre essa
incerteza que paira sobre o futuro nacional. Momento de impasse, momento
indefinido. Não sei o que esperar e não sei por quem torcer. Talvez consiga
listar o que não quero: retrocesso, intolerância, indiferença.
Contudo, infelizmente, vislumbro no
horizonte algo sombrio. Não me refiro à prolatada crise econômica. Essa
superaremos, mais dia, menos dia. O que me assusta é um certo orgulho em ser
retrógado, preconceituoso, agressivo. Isso fatalmente escorrerá para a
política, se é que não já aconteceu, visto que temos o Congresso mais
conservador desde 1964. A meu ver, conquistas sociais importantes podem estar
ameaçadas. “O levantamento da Diap mostra que o número de deputados ligados a
causas sociais caiu drasticamente[1].”
É difícil lutar por um país mais justo,
mas não podemos deixar de sonhar. E tome clichê! Sim, tenho minhas pautas. Vou
deixar meu fascínio pelos direitos humanos em stand by por
hora!
O fato é que os grupos de sempre
transitam pelo poder, variando apenas em número – para mais ou para menos – a
depender da época. Ou não! Quem se atreve a desafiar esse esquema deve se
preparar para as pedradas.
Por Deus que pessoas lúcidas nos ajudam
a entender que, do lado de cá, da plebe, “a despeito de toda aparente diferença,
o que se quer é rigorosamente o mesmo” (Lia Sanders).
Adriana Abreu
[1] http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,congresso-eleito-e-o-mais-conservador-desde-1964-afirma-diap,1572528
Também em http://www.valor.com.br/politica/3843910/nova-composicao-do-congresso-e-mais-conservadora-desde-1964
Eu sou
um animal político. Não consigo viver alheia ao tema. Mas daí a dar a cara a
tapa expondo minhas caraminholagens são outros quinhentos. Resisti o quanto
pude! Gosto de observar, mas sou tendenciosa. Não confiem nas minhas
conclusões.
Meu
repertório é enviesado, meu vocabulário é limitado, minha estilística é pobre.
Que atire a primeira pedra quem nunca entrou numa discussão sem dominar o
assunto.
Daí
que eu andei pensando sobre essa incerteza que paira sobre o futuro nacional.
Momento de impasse, momento indefinido. Não sei o que esperar e não sei por
quem torcer. Talvez consiga listar o que não quero: retrocesso, intolerância,
indiferença.
Contudo,
infelizmente, vislumbro no horizonte algo sombrio. Não me refiro à prolatada
crise econômica. Essa superaremos, mais dia, menos dia. O que me assusta é um
certo orgulho em ser retrógado, preconceituoso, agressivo. Isso fatalmente
escorrerá para a política, se é que não já aconteceu, visto que temos o
Congresso mais conservador desde 1964. A meu ver, conquistas sociais
importantes podem estar ameaçadas. “O levantamento da Diap mostra que o número
de deputados ligados a causas sociais caiu drasticamente[1].”
É
difícil lutar por um país mais justo, mas não podemos deixar de sonhar. E tome
clichê! Sim, tenho minhas pautas. Vou deixar meu fascínio pelos direitos
humanos em stand by por hora!
O
fato é que os grupos de sempre transitam pelo poder, variando apenas em número
– para mais ou para menos – a depender da época. Ou não! Quem se atreve a desafiar
esse esquema deve se preparar para as pedradas.
Por
Deus que pessoas lúcidas nos ajudam a entender que, do lado de cá, da plebe, “a despeito de toda aparente diferença, o que se
quer é rigorosamente o mesmo” (Lia Sanders).
Adriana Abreu
Isso aí girl!
ResponderExcluirNão para, não para não!
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirValeu! Estamos por aqui fazendo o possível pra não passar vergonha!
ExcluirVamo que vamo!
Gostaria de entender o critério para chamar esse Congresso de "o mais conservador desde 1964". Tenho escutado muito isso. A maioria do Congresso é governista. O governo é conservador?
ResponderExcluirOs dois links anexados ao texto podem te ajudar a formar uma ideia!
ExcluirGostei do alerta sobre a truculência no campo da política. Realmente essa crise que está no subsolo das outras crises pode tirar o chão da própria democracia. Democracia pressupõe também ouvir o outro, habilidade que estamos perdendo rapidamente. Murilo
ResponderExcluirVerdade, Muras.
ExcluirAdorei, Drica! Você como sempre muito coerente!
ResponderExcluirValeu, pela força, Paulita! ;)
ResponderExcluir